Na Sequência de nossa conversa sobre a otimização de imagem, já abordados nos artigos anteriores (parte 1 e parte 2), vamos falar neste terceiro post ECOPE sobre os seguintes temas: Persistência, Smooth e Reject.
Sabemos que o ultrassom é um método que se baseia na interação do som com os tecidos e que otimizar uma imagem de ultrassom é reconhecer e entender as propriedades mecânicas dos tecidos para melhorar a qualidade da imagem. Qualidade esta, essencial para um bom diagnóstico ecocardiográfico. Persistência Smooth e Reject são recursos que podem favorecer e muito uma boa visualização de detalhes de imagens difíceis de serem percebidas, possibilitando um diagnóstico mais preciso.
Tópicos
Persistência
De modo geral, podemos dizer que esse é um parâmetro de imagem em ecocardiografia que, quando acionado, reduz o ruído de fundo, suaviza a aparência e melhora a resolução e qualidade da imagem como um todo. Aumentando assim, a capacidade de ver detalhes e a precisão dos diagnósticos.
O parâmetro da persistência faz a média temporal dos quadros consecutivos em um exame em tempo real. O equipamento faz a média de vários quadros contíguos, por exemplo: para criar o primeiro quadro que vai ser mostrado, ele realiza a média dos quadros 1, 2 e 3. Depois faz a média dos quadros 2, 3 e 4 para criar o segundo quadro que é mostrado e assim por diante.
Aumentar a quantidade de média de quadros pode melhorar a textura de diferenças sutis dos tecidos, mas pode causar desfoque da imagem e resultar em uma redução efetiva da taxa de quadros, ou seja, o Frame Rate.
Esse processo da persistência se aplica bem para as estruturas que estejam imóveis ou se movam muito lentamente, porém taxas de quadros mais altas são desejáveis para aumentar a resolução temporal, particularmente, em estruturas que se movem rapidamente. Reduzir ou remover a média de quadros é recomendado durante os exames de tecidos altamente móveis (por exemplo, estruturas cardíacas), uma vez que a efetiva taxa de quadros será mais alta.
Em relação aos exames ecocardiográficos em crianças muito pequenas ou em fetos, se os níveis de persistência estiverem elevados podem até mascarar o movimento cardiofetal.
Na ecocardiografia rotineira usa-se persistência baixa ou zero, pois utilizar persistência elevada quando as estruturas internas estão se movendo torna a imagem mais lenta e borrada (Figura 1A e 1B).
Smooth
Smooth ou alisamento da imagem, elimina os pixels de maior amplitude, tornando a imagem ecocardiográfica mais suave ou mais contrastada à medida que se eleva ou diminui esse parâmetro.
Quando se deseja melhorar a definição de bordas de estruturas anatômicas que possuam maior dificuldade de visualização ou que exijam maiores detalhes, recomenda-se o uso de Smooth, pois este pode favorecer a análise das imagens e a identificação mais precisa das estruturas, visto que este parâmetro pode possibilitar um diagnóstico mais preciso em estruturas mais contrastadas, Figura 2
Reject
Reject ou nível de rejeição, elimina seletivamente os ecos de baixa amplitude, melhorando a definição de estruturas anecoicas. A medida em que se eleva esse parâmetro, torna-se a imagem mais contrastada.
Esta otimização é muito utilizada na Ecocardiografia, pois favorece o contraste da imagem, possibilitando uma maior e melhor visualização da anatomia do paciente, dos movimentos cardíacos e das possíveis patologias. (Figura 3).
O exame diagnóstico exige medidas exatas das estruturas em qualquer laudo de ecocardiografia e, para se obter maior segurança e confiabilidade no diagnóstico, é necessário, às vezes, repetir a medição das estruturas.
O Reject é um parâmetro que fornece mais contraste à imagem, sendo muito útil para melhorar bordas do endocárdio ou delimitar melhor a onda espectral durante aquisição da imagem no Doppler pulsátil, contínuo ou tissular, tornando as medidas de velocidade mais precisa e confiáveis.
Os diferentes serviços de otimização de imagem que sustentam a prática do conhecimento e compreensão dos parâmetros de formação de imagens através da ecocardiografia favorecem a identificação de particularidades anatômicas, funcionais e hemodinâmicas de diversos tipos de patologias, com implicações na obtenção de diagnósticos mais satisfatórios e conduta clínica.
Resumo
Bacharelado e Licenciatura em Ciências Biológicas, pela Universidade Federal de Pernambuco – UFPE. Pós-graduação: Especialização em Biologia “Latu – Sensu”, pela UFPE e mestrado em Morfologia, no Departamento de Anatomia da UFPE. Docente na rede pública e particular do segundo grau na cidade de Recife, nas áreas de Ciências e Biologia. Professora da disciplina de Citologia, Histologia e Embriologia da UFPE. Experiência de 15 anos na Empresa Philips como Application. Ministra cursos de Otimização para Ultrassonografia, Radiologia, Ecocardiografia e Vascular.
Excelente material sobre otimização 2D. Todos os ecocardiografistas deveriam ver.