ECOCARDIOGRAFIA DE ESTRESSE – PARTE 5

Eco de estresse com Dobutamina-Atropina

Mecanismo de ação. No coração aumenta a contratilidade e diminui a Pd2 do VE com aumento da eficiência mecânica (efeito inotrópico positivo). A principal ação é sobre a bomba de Ca++ aumentando a corrente do íon para o interior da célula durante o potencial de ação, com incremento da força de contração.

Na Figura 1 encontra-se a dose e duração do exame com Dobutamina.

Figura 1. Metodologia do eco de estresse com Dobutamina-Atropina.

Metodologia (preparo da solução):

Dobutamina 250 mg em ampolas de 20 ml. Soro glicosado 5% ou soro fisiológico 0,9% = 100 ml.

Tirar 20 ml do soro e completar com os 20 ml de Dobutamina, resultando em uma concentração de Dobutamina de 2,5 mg/ml:

1 ml = 60 microgotas = 2.500 mg de Dobutamina

  • 1 microgota = 41,7 mg de Dobutamina

Para um paciente de 70 kg: 5 mg/kg/min de Dobutamina = 350 mg/min = 8 micro gotas.

Um algoritmo interessante para identificar pacientes que necessitam Atropina precoce encontra-se na Figura 2.

Figura 2. Algoritmo para Atropina precoce.

O Guideline 2022 recomenda, ainda, a utilização de Atropina já na fase de 20 mg/kg/min quando se deseja atingir a FC alvo em idosos e pacientes de baixo peso.

A utilização de Atropina aumenta a sensibilidade do método, principalmente em pacientes uniarteriais ou em pacientes que utilizam beta-bloqueadores.

Quando não se atinge a FC alvo, a sensibilidade do eco estresse fica comprometida.

O teste finaliza ou é interrompido quando:

  • É atingida a frequência cardíaca alvo (máxima: 220-idade ou submáxima: 85% da máxima);
  • O paciente apresentar alteração segmentar da contratilidade;
  • O paciente apresentar dor precordial, mesmo sem alteração contrátil;
  • Ocorrer alguma intercorrência que não apresente recuperação (sintomas intoleráveis, arritmia, bloqueio AV, hipotensão ou hipertensão arterial >240/120 mmHg).

O teste é considerado positivo quando:

  •  Há nova alteração da contratilidade regional (aparecimento ou piora da contratilidade em 2 segmentos ou mais);
  •  Sinal de degrau (diminuição brusca do espessamento de parede previamente normal);
  •  Piora da contratilidade em parede previamente alterada;
  •  Viabilidade seguida de isquemia (resposta bifásica).

Os equivalentes isquêmicos

 Hipotensão, bradicardia, arritmia (bigeminismo), bloqueio de ramo (alargamento do QRS), bloqueio AV Mobitz I (PR longo), dispneia súbita. Taquicardia ventricular sustentada pode indicar isquemia miocárdica.

ATENÇÃO: SEMPRE observar o ECG e aferir a pressão arterial.

Se recomenda suspender os beta bloqueadores 5 vidas médias antes do exame, embora nem sempre seja possível.

Após a finalização do exame, a administração de beta bloqueador diminui os efeitos dos fármacos empregados e aumenta a sensibilidade do método, principalmente na fase de recuperação (miocárdio atordoado).

Exemplo de eco estresse com Dobutamina (Figuras 3 a 6).

Figura 3. Paraesternal longitudinal em repouso, média dose, pico e recuperação.
Figura 4. Paraesternal transversal em repouso, média dose, pico e recuperação.
Figura 5. Apical de 4 câmaras em repouso, média dose, pico e recuperação.
Figura 6. Apical de 2 câmaras em repouso, média dose, pico e recuperação.

Assinale seu parecer sobre esse exame de eco estresse:

  1. Normal
  2. Alteração da parede inferior
  3. Alteração da parede septal
  4. Alteração da parede lateral.
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Djair Brindeiro Filho

Alteração da parede septal.

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