É uma anomalia rara, na qual os átrios são divididos por uma membrana, caracterizando-se em sinister à esquerda e dexter à direita. A embriologia explica a anomalia pela incorporação inadequada das veias pulmonares no átrio esquerdo, provocando a divisão intra-atrial:
- As veias pulmonares drenam na câmara proximal (posterossuperior)
- Valva mitral e o apêndice atrial esquerdo se apresentam na câmara distal (anteroinferior)
Ainda, segundo Lam (1962), pode ser classificado em:
- Tipo A – sem outras alterações estruturais associadas;
- Tipo A1 (50%) – presença de comunicação interatrial (CIA), ocorrendo na câmara proximal (posterossuperior);
- Tipo A2 (10%) – presença de CIA, ocorrendo na câmara distal (anteroinferior);
- Tipo B (1%) – as veias pulmonares drenam no seio coronário;
- Tipo C (5%) – há drenagem anômala total das veias pulmonares.
Responde por 0,1% a 0,4% das cardiopatias congênitas e geralmente se manifesta durante a infância. No entanto, alguns casos apresentam-se bem na idade adulta. A apresentação clínica irá depender da presença de fenestrações na membrana que divide a cavidade atrial. Portanto, detalhar o número, o tamanho e os gradientes são passos fundamentais no exame ecocardiográfico destes pacientes.
Os sintomas mais comuns são dispneia, ortopneia, hemoptise, palpitações e dor torácica.
A seguir, um exemplo de apresentação não restritiva em paciente adulto assintomático (imagens retiradas da internet):
Graduado em medicina pela Universidade Potiguar (UnP). Possui residência em Clínica Médica, pelo Hospital Universitário Onofre Lopes – HUOL (UFRN), e em Cardiologia, pelo Procape – UPE. Porta o título de especialista em Cardiologia, pela Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC). E é pós-graduado em Ecocardiografia, pela ECOPE.
Muito bom
[…] Cortriatriatum é uma alteração congênita cardíaca rara (<0.1%), reportada pela primeira vez em 1869 por W.S. Church como um átrio esquerdo dividido por um septo anormal. Com o advento da ecocardiografia bidimensional, esta condição foi, então, caracterizada como uma membrana transversal presente no átrio esquerdo. Até aqui, tudo bem! Já, inclusive, fizemos uma postagem sobre esse assunto (clique aqui). […]