Os leaks paravalvares em próteses mitrais são complicações frequentemente subdiagnosticadas, devido à dificuldade do eco transtorácico em identifica-los. O método de eleição para detecção e caracterização dos mesmos é o eco transesofágico, principalmente o 3D. A figura abaixo mostra leaks em próteses mitrais, biológicas e mecânicas, de várias formas, tamanhos e localizações.
As vias de abordagem variam conforme a localização do leak:
Leaks na região externa do anel (entre 6 e 12 horas do relógio) são abordados por via transeptal alta, onde se atinge diretamente a região do anel protético, conforme visto na imagem abaixo.
Leaks na região interna do anel protético (entre 12 e 6 horas do relógio) podem ser abordados pela via aórtica retrógrada com loop ventricular, atravessando o leak desde o VE.
Com outro cateter por via transeptal atrial o primeiro cateter é “laçado” para conduzir o dispositivo oclusor por via venosa e proceder ao fechamento do leak, conforme visto na imagem abaixo.
Outra via de abordagem para leaks em qualquer localização é a transapical, porém, requer uma sala cirúrgica híbrida. O cateter que conduz o plug é introduzido por punção apical e guiado pelo eco transesofágico para atravessar o leak e liberar o plug.
No próximo blog abordaremos a oclusão de leaks nas próteses aórticas.
É doutor em medicina, especialista em Cardiologia (SBC) e especialista em Ecocardiografia.
Curriculum completo disponível na Plataforma Lattes
(http://lattes.cnpq.br/4922446519082204)