Já ouviu falar em hipertrofia isolada de músculo papilar?

Anatomia normal dos músculos papilares

A miocardiopatia hipertrófica (MCPH) é uma condição clínica genotipico e fenotipicamente heterogênea, com diversas mutações em genes codificadores de proteínas do músculo cardíaco já conhecidas.

A hipertrofia pode acometer o ventrículo esquerdo e/ou o ventrículo direito, de forma simétrica ou assimétrica, envolvendo o septo (forma mais comum), parede livre, segmento médio ventricular ou o ápex. O aumento da espessura das paredes dos ventrículos é característica predominante e um dos critérios diagnósticos da miocardiopatia hipertrófica.

mm. papilar ântero lateral medindo 1,7 x 2,1 cm

Embora os músculos papilares sejam anatomicamente parte do ventrículo esquerdo, sua importância e suas alterações morfológicas não foram sistematicamente caracterizadas na MCPH.

Definido como aumento do diâmetro (horizontal ou vertical) de pelo menos 11 mm medido ao final da diástole, a hipertrofia isolada dos músculos papilares é um achado ecocardiográfico raro e pode corresponder a um subtipo específico da MCPH ou simplesmente estar relacionada a uma fase inicial da doença.

Janela apical 4C – hipertrofia isolada mm. papilar ântero lateral
Janela paraesternal longitudinal – mm. papilar ântero lateral

Tal condição pode vir acompanhada de alterações eletrocardiográficas, como ondas T invertidas e com amplitude aumentada e a ressonância magnética pode ser útil nestes casos, uma vez que pode demonstrar padrões distintos de acometimento miocárdico, ajudando na diferenciação de condições clínicas outras que entram como diagnóstico diferencial desta patologia.

Referências

  • Rajiah, P., Fulton, N.L. & Bolen, M. Magnetic resonance imaging of the papillary muscles of the left ventricle: normal anatomy, variants, and abnormalities. Insights Imaging 10, 83 (2019). https://doi.org/10.1186/s13244-019-0761-3
  • Ferreira, C. Isolated papillary muscle hypertrophy: a gap in our knowledge of hypertrophic cardiomyopathy?. Rev Port Cardiol. 2014; 33(6):379.e1–379.e5. Disponível em https://www.revportcardiol.org/en-pdf-S2174204914001494

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