Os cistos pericárdicos representam cerca de 5-7% de todas as massas mediastinais. Podem ser de origem congênita, resultante de uma falha na formação das lacunas mesenquimais do saco pericárdico, ou adquiridos, como nos casos de cisto hidático ou após algum processo inflamatório local.
Normalmente são assintomáticos e detectados de forma incidental, manifestando-se como alargamento do mediastino na radiografia de tórax, por exemplo.
Comumente estão localizados no ângulo (seio) cardiofrênico direito (mais frequente), no mediastino ântero-superior ou no mediastino posterior.
À ecocardiografia, se caracterizam como uma massa cística ecoluscente, esférica e unilocular, com margens bem delimitadas (o que ajuda a diferenciar de um derrame pericárdico loculado).
Apesar de ter comportamento benigno na maioria dos casos, algumas complicações podem ser possíveis: morte súbita, tamponamento cardíaco (ruptura do cisto), obstrução da via de saída do ventrículo direito, estenose pulmonar e fístula para a veia cava superior ou parede do ventrículo direito.
Quando assintomático, o acompanhamento periódico se mostra seguro, sendo a drenagem percutânea ou a ressecção cirúrgica do cisto indicadas na presença de sintomas e/ou complicações.
Graduado em medicina pela Universidade Potiguar (UnP). Possui residência em Clínica Médica, pelo Hospital Universitário Onofre Lopes – HUOL (UFRN), e em Cardiologia, pelo Procape – UPE. Porta o título de especialista em Cardiologia, pela Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC). E é pós-graduado em Ecocardiografia, pela ECOPE.