A ecocardiografia tradicional desempenha um papel fundamental no diagnóstico e acompanhamento das cardiomiopatias dilatadas, através de parâmetros como: aumento das medidas ventriculares, redução da fração de ejeção (calculada preferencialmente pelo Simpson), redução do dP/dT do refluxo mitral e sinais de aumento da pressão do átrio esquerdo.
O strain, no entanto, surge como ferramenta fundamental para análises mais específicas e precoces dessas cardiopatias, auxiliando na condução clínica dos pacientes. Por exemplo, permite detectar alterações ainda subclínicas do trabalho cardíaco em pacientes portadores de alterações genéticas sem fenótipo manifesto e avaliar a dispersão mecânica na contratilidade segmentar (desta forma contribuindo como preditor de arritmias e evolução para insuficiência cardíaca sintomática). Vejamos as figuras a seguir para entendermos melhor estas aplicações.
Vejamos agora alguns casos clínicos ilustrativos:
Caso clínico #1: Paciente de 48 anos, sexo masculino, fração de ejeção de 21%, relação E/e’ média de 18,2.
Caso clínico #2: Paciente de 58 anos, sexo masculino, Classe Funcional III da NYHA.
Caso clínico #3: Paciente de 69 anos, sexo feminino, fração de ejeção de 31% por Simpson.
Por fim, vamos comentar sobre uma das aplicações do strain na Doença de Chagas.
Na figura acima, vemos um resumo de um trabalho publicado por Dr. José Castillo e colaboradores, em que o strain permitiu reclassificar pacientes portadores das formas indeterminadas da Doença de Chagas. Outros trabalhos corroboraram estes achados.
Em comparação a indivíduos normais, os pacientes portadores de cardiopatia chagásica manifesta clinicamente tiveram redução evidente do SLG em praticamente todos os segmentos miocárdicos. Já nas formas indeterminadas, tivemos dois resultados: pacientes com SLG normal em todos os segmentos e pacientes com SLG reduzido, principalmente nos segmentos medial e apical da parede inferior. Isto nos permite fazer um acompanhamento clínico mais efetivo dos pacientes, instituir terapêutica precoce e, possivelmente, reduzir a progressão e os desfechos da doença.
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Graduada em medicina, pela Universidade Federal de Pernambuco (UFPE). É pós-graduada em Cardiologia, pela Funcordis, e em Ecocardiografia, pela ECOPE. Possui título de Especialista em Cardiologia, pela Sociedade Brasileira de Cardiologia.
Muito Bom!
Muito obrigada, professor!!!