Tumores Cardíacos: fibroelastoma papilar

O fibroelastoma papilar (FP) ocupa o terceiro lugar quanto à prevalência dos tumores benignos nos adultos (estudos de autópsias), porém podem ser mais frequentes como se observa em estudos ecocardiográficos.

Aspecto macroscópico do FP

Frequentemente assintomáticos, podem ocorrer em qualquer idade, mas são predominantemente identificados entre a quarta e oitava décadas de vida, afetando igualmente ambos os sexos. Há forte associação deste tumor à cardiomiopatia hipertrófica, cirurgia, radiação e trauma hemodinâmico, sugerindo um crescimento reativo a trauma endocárdico.

Podem crescer a partir de qualquer superfície endocárdica, sendo o tumor mais comum das valvas cardíacas (principalmente do lado esquerdo do coração), embora possam ocorrer no endocárdio mural não valvar.

É pedunculado com uma haste curta e de alta mobilidade, geralmente único, mais encontrado na região jusante das valvas, com aparência de uma pequena massa aderida. Aqueles que se originam das valvas semilunares se projetam mais frequentemente na luz arterial, mas algumas vezes projetam-se nas cavidades ventriculares; os que se originam nas valvas atrioventriculares projetam-se nos átrios. Na valva mitral, por exemplo, ocorrem com mais frequência na face atrial, contudo também são observados anexados às cordoalhas ou ao músculo papilar.

Quanto à história natural, são considerados tumores de crescimento lento e a manifestação clínica mais comum é a embolização, seja por fragmentação ou por trombo aderido à massa tumoral. A disfunção valvar é rara.

Ao ecocardiograma, são visualizados como uma pequena massa móvel pedunculada aderida à valva cardíaca, de aspecto oval arrendondado ou irregular, medindo menos de 20 mm, com mobilidade independente, textura homogênea, bordas bem demarcadas e apresentando vibração característica da interface tumor-sangue com a borda pontilhada ou brilhante, mais bem visualizada com o zoom.

LocalMais comum nas valvas (aórtica > mitral)
Geralmente jusante
Aspectos ecocardiográficosMassa oval ou arredondada ou irregular
Pedunculada com haste curta
0,5 – 2 cm de diâmetro
Altamente móveis
Quadro clínicoEmbolia
Quadro obstrutivo
Sintomas constitucionais como febre, perda ponderal, quadro articular

O diagnóstico diferencial deve ser feito com a excrecência de Lambl e vegetações, por vezes sendo difícil de ser feito. As vegetações são, usualmente, associadas à destruição dos folhetos valvares e desenvolvimento de insuficiência do aparelho valvar, enquanto os fibroelastomas não necessariamente têm impacto funcional na valva.

PatologiaQuadro clínico Ecocardiograma
Fibroelastoma30% descoberta incidental
Quadro embólico
Mais comum nas valvas
Não causam disfunção valvar
Vegetação (endocardite Infecciosa)Quadro infecciosoAnexada à borda do folheto
Mitral (atrial), aórtica (ventricular)
Morfologia irregular
Diâmetro variável (pode diminuir pela resposta terapêutica)
Séssil ou pedunculado
Regurgitação valvar frequente
Excrecência de LamblIdosos assintomáticosFilamentar delicada, linear, sem ramificações
< ou igual a 2 mm de diâmetro e < 10 mm de comprimento
Movimento ondulante
Linha de fechamento das valvas

FP com reconstrução 3D

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Djair Brindeiro Filho

Muito Bom, Caio. Parabéns!

Cintia

Boa noite
Meu pai foi diagnosticado com fibroelastoma, e teve um derrame. Não sabemos o q fazer. Toma apenas medicação. Aqui não tem suporte para cirurgia.

Roselaine de Fátima Sumariva

Olá, gostaria de saber se é possível não fazer a cirurgia, já que tenho o diagnóstico de fibroelastoma papilar em cordoalha tandinea e valva mitral.

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