A valva mitral pode apresentar alterações morfofuncionais de diversas causas, uma delas é a Doença de Barlow.
Definida como uma causa primária de prolapso de valva mitral, a Doença de Barlow é caracterizada por alterações degenerativas que afetam o tecido colágeno e resultam em acometimento mixomatoso da valva mitral, provocando redundância das cúspides com abaulamento sistólico para o interior do átrio esquerdo e graus variáveis de regurgitação valvar. Ainda pode ser acompanhada de dilatação do anel mitral, fibrose subvalvar e calcificação de músculo papilar e anel valvar.
O aspecto ecocardiográfico é bastante característico: a valva mitral aparece redundante, com folhetos bastante espessados e de aspecto rugoso, apresentando espessura maior que 6 mm na diástole. O prolapso, geralmente de ambas as cúspides, é muito evidente, sendo visualizado em todas as posições ecocardiográficas.
O modo M pode ser útil para verificar a redundância e o espessamento dos folhetos.
Alguns achados podem ajudar na diferenciação entre Doença de Barlow e degeneração fibroelástica:
- O ponto de coaptação fica abaixo do plano do anel valvar;
- As porções média e proximal dos folhetos se deslocam para dentro do AE;
- A porção distal dos folhetos permanece no plano do anel valvar ou na face ventricular.
A seguir, alguns exemplos de Doença de Barlow (imagens do acervo de Dr Castillo):
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Graduado em medicina pela Universidade Potiguar (UnP). Possui residência em Clínica Médica, pelo Hospital Universitário Onofre Lopes – HUOL (UFRN), e em Cardiologia, pelo Procape – UPE. Porta o título de especialista em Cardiologia, pela Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC). E é pós-graduado em Ecocardiografia, pela ECOPE.