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Análise Geral do Fluxo das Veias Pulmonares: identificando cada componente

É muito comum termos dúvidas quanto à obtenção e interpretação do fluxo das veias pulmonares. Essa postagem é dedicada a todos que querem conhecer um pouco mais sobre o significado de cada um dos seus componentes. Vamos lá?

Mas primeiro, como obtemos o fluxo das veias pulmonares?

Ao ecocardiograma transtorácico, damos preferência à obtenção do fluxo da veia pulmonar superior direita por seu alinhamento com o cursor do Doppler. A técnica segue os seguintes passos:

Agora vamos à interpretação das curvas obtidas

Figura 2. S: componente sistólico. D: componente diastólico. Ar: componente atrial reverso.

É a onda formada pelo fluxo das veias pulmonares em direção ao átrio esquerdo, durante a sístole ventricular. O que ocorre nesse momento é o relaxamento das paredes do átrio esquerdo e a tração do seu assoalho em direção ao ventrículo contraído, o que provoca aumento da cavidade atrial, com redução da pressão intracavitária e consequente fluxo sanguíneo das veias em direção ao átrio.

Esta onda pode ter um único pico (figura 2) quando estes dois componentes se fundem no tempo (relaxamento e tração) ou possuir dois picos (figura 3), em que o primeiro corresponde ao relaxamento atrial, e o segundo, à tração do assoalho.

Figura 3. X1 corresponde ao relaxamento das paredes atriais (S1) e X2, à tração do assoalho atrial em direção ao ventrículo contraído (S2). X1 e X2 (ou S1 e S2) formam a onda S do fluxo das veias pulmonares.

Corresponde à onda de fluxo das veias pulmonares em direção ao ventrículo esquerdo, utilizando o átrio esquerdo como condutor, durante a diástole ventricular (figura 2). Em crianças e adultos jovens, este componente geralmente é maior que o sistólico, devido à maior complacência do ventrículo esquerdo. À medida que envelhecemos e o ventrículo vai se tornando mais rígido, os componentes sistólico e diastólico tendem a se equalizar ou o sistólico se torna mais importante.

Corresponde à onda de fluxo reverso em direção às veias pulmonares, provocada por dois fenômenos: contração atrial, que aumenta a pressão do átrio esquerdo, superando a pressão das veias pulmonares; e fechamento valvar mitral, que empurra o sangue para dentro do átrio esquerdo. Geralmente, esses componentes se fundem e o resultado é uma onda única (figura 2), porém em algumas situações conseguimos distinguir os dois picos (figura 4).

Figura 4. Onda A ou Ar com dois picos distintos: contração atrial e fechamento valvar mitral.

Particularidades

Figura 5. Fluxo pulmonar em paciente com fibrilação atrial.
Figura 6. Representação esquemática do fluxo das veias pulmonares em pacientes com disfunção diastólica. Da esquerda para a direita, temos: paciente normal e pacientes com disfunção diastólica tipo 1, tipo 2 e tipo 3.
Figura 7. Reversão do fluxo sistólico em veia pulmonar.

E então? Gostaram desta breve revisão? Têm alguma dúvida, sugestão ou opinião? Deixem nos comentários e até o próximo post!

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