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Escore de Wilkins: como avaliar o acometimento reumático da valva mitral

Existem vários escores ecocardiográficos para avaliar o acometimento reumático da valva mitral. O mais utilizado e difundido é o Escore de Wilkins, que analisa três aspectos morfológicos das cúspides da valva mitral (mobilidade, espessamento e calcificação), além do acometimento do aparelho subvalvar.

Cada item apresenta quatro graus, variando de 1 (mínimo acometimento) a 4 (máximo acometimento). O somatório dos graus de acometimento de cada componente determina o escore. Assim, uma valva mitral com mínimo acometimento reumático terá escore 4 e uma valva com máximo acometimento reumático, um escore de 16.

Como o escore é essencialmente morfológico, a análise é realizada com ecocardiograma bidimensional. O modo M pode auxiliar em alguns aspectos:

1- Mobilidade

A – ecocardiograma bidimensional, eixo paraesternal longitudinal; B – apical de 4C em paciente portador de estenose mitral reumática com mobilidade dos folhetos grau 2 (nota-se a limitação do movimento diastólico tanto nas bordas de coaptação como na porção média das cúspides.

2 – Espessamento

Na figura A, a média do espessamento é 5,7 mm e na figura B, 4,5 mm, resultando em espessamento grau 2. Em alguns casos é possível medir o espessamento das cúspides com o modo M, devendo ser realizada a aferição durante a mesodiástole.

3- Calcificação das cúspides

A- Calcificação grau 1 com apenas um ponto de aumento de brilho na região da comissura anteroexterna. B – calcificação grau 3 com aumento do brilho, confluente, em quase a totalidade da valva.

4 – Acometimento do aparelho subvalvar

ESQUERDA – acometimento do aparelho subvalvar grau 1 com discreto espessamento das cordoalhas na região próxima à inserção na borda das cúspides; DIREITA – acometimento subvalvar grau 3, com espessamento em toda a extensão das cordoalhas .

O Escore de Wilkins é utilizado para a seleção de pacientes a serem submetidos à valvotomia mitral por balão, à comissurotomia ou à plastia valvar cirúrgica. Sendo um método semiquantitativo, é altamente dependente da experiência do operador. Está amplamente estabelecido por consensos que pacientes com escore igual ou menor do que 8 beneficiam-se com a valvotomia por balão.

Para escores iguais ou maiores que 12, está indicada a comissurotomia ou plastia mitral cirúrgica. Os escores intermediários, de 9 a 11, dependem principalmente da relação entre a mobilidade + fibrose / calcificação + acometimento subvalvar. Quando há predomínio dos dois últimos itens, prefere-se a plastia cirúrgica.

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