- REGURGITAÇÃO TRICÚSPIDE:
A Insuficiência tricúspide (IT) moderada ou severa é observada em 0.55% da população geral e a prevalência aumenta com a idade, chegando a afetar aproximadamente 4% dos pacientes com mais de 75 anos. As causas secundárias respondem por >90% dos caso e os mecanismos podem ser sobrecarga pressórica ou volumétrica por dilatação do ventrículo direito (VD) ou aumento do átrio direito (AD) e do anel valvar por fibrilação atrial crônica.
As causas primárias de IT incluem endocardite infecciosa, acometimento reumático, síndrome carcinóide, doença mixomatosa, endomiocardiofibrose, alterações congênitas (anomalia de Ebstein, por exemplo), traumas torácicos e iatrogenias.
A fibrilação atrial pode induzir remodelamento do ânulo valvar até mesmo na ausência de alterações nas câmaras cardíacas esquerdas. Já dispositivos eletrônicos implantáveis podem levar a IT progressiva em 20-30% dos pacientes. Insuficiência cardíaca com disfunção ventricular esquerda é outra situação possível e a IT é considerada como preditor de desfechos clínicos desfavoráveis.
A avaliação ecocardiográfica da gravidade da IT é realizada a partir de uma análise integrativa de parâmetros qualitativos e quantitativos. A avaliação pelo diâmetro da vena contracta deve ser realizada, bem como a medida pelo método de PISA para estimar a gravidade da regurgitação tricúspide.
Recentemente, foi proposto uma nova “graduação” da gravidade da IT, incluindo as categorias “maciça” e “torrencial”, com impacto prognóstico em termos de mortalidade e hospitalização por insuficiência cardíaca.
- ESTENOSE TRICÚSPIDE:
A estenose tricúspide (ET) é frequentemente associada a IT e, na maioria dos casos, tem como etiologia a doença reumática (sobretudo na forma com acometimento de múltiplas valvas). Outras causas menos frequentes são doenças congênitas, doença carcinóide, alterações valvares induzidas por drogas, doença de Whipple, endocardite e tumores em AD.
Não há uma graduação ecocardiográfica unificada para estimar a ET, contudo um gradiente médio maior ou igual a 5 mmHg (com FC dentro da normalidade) é um parâmetro aceito para ET significativa.
Graduado em medicina pela Universidade Potiguar (UnP). Possui residência em Clínica Médica, pelo Hospital Universitário Onofre Lopes – HUOL (UFRN), e em Cardiologia, pelo Procape – UPE. Porta o título de especialista em Cardiologia, pela Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC). E é pós-graduado em Ecocardiografia, pela ECOPE.