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ESC 2021 – Diretriz de Valvopatias: estenose aórtica

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Semana passada, começamos uma breve revisão sobre a nova diretriz de valvopatias, publicada agora no ESC 2021, com o tópico de regurgitação aórtica. Dando continuidade, vamos abordar a estenose aórtica (EAo).

O ecocardiograma é exame chave para confirmar o diagnóstico de estenose aórtica, avaliar sua gravidade, bem como as repercussões hemodinâmicas desta patologia, resultando em informações com valor prognóstico. É importante lembrar, contudo, que a avaliação ecocardiográfica deve ser realizada idealmente com a pressão arterial controlada para não atrapalhar a correta avaliações dos fluxos valvares.

As recomendações internacionais sobre a avaliação da EAo continuam com as medidas do gradiente médio (parâmetro mais robusto) do fluxo VE-AO, velocidade de pico e área valvar (apesar das limitações técnicas). Nos casos em que esses parâmetros oferecem informações duvidosas, outras medidas podem ser utilizadas, tais como:

Quatro diferentes categorias são utilizadas para caracterizar a EAo:

1- Estenose aórtica com gradiente elevado: gradiente médio > 40 mmHg + velocidade de pico > ou igual a 4 m/s + área valvar < ou igual a 1 cm2 (< ou igual a 0,6 cm2/m2);

2- Estenose aórtica com baixo fluxo e baixo gradiente com fração de ejeção reduzida: gradiente médio < 40 mmHg + área valvar < ou igual a 1 cm2 + fração de ejeção < 50% (volume sistólico final < ou igual a 35 mL/m2). Neste cenário, o ecocardiograma com estresse farmacológico (dobutamina) está indicado para a identificação de pacientes com reserva contrátil;

3- Estenose aórtica com baixo fluxo e baixo gradiente com fração de ejeção preservada: gradiente médio < 40 mmHg + área valvar < ou igual 1 cm2 + fração de ejeção > ou igual a 50% (volume sistólico < ou igual 35 ml/m2). Tipicamente encontrado em pacientes hipertensos de longa data e com cavidade ventricular esquerda pequena (pela hipertrofia ventricular). Outra situações em que o volume sistólico pode ser afetado, como insuficiência mitral moderada/importante, também podem levar a este cenário;

4- Estenose aórtica com fluxo normal, baixo gradiente e fração de ejeção preservada: gradiente médio < 40 mmHg + área valvar < ou igual a 1cm2 + FE > ou igual a 50% (volume sistólico final >35 ml/m2). Estes pacientes normalmente têm apenas estenose aórtica moderada.

Em relação aos aspectos ecocardiográficos no tópico da EAo, a diretriz não traz mudanças significativas. Há um grande enfoque em relação às indicações de abordagem, o que não será abordado aqui por fugir um pouco do foco do blog. Assim, em breve, vamos avançar pela diretriz e resumir a seção de insuficiência mitral.

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