A disjunção anular mitral (MAD) é caracterizada pelo descolamento superior das raízes do anel valvar do miocárdio ventricular ao qual ele normalmente estaria ligado.
Esta condição tem ganhado cada vez mais importância pela associação com arritmias ventriculares (The Mitral Annulus DisjunctionArrhythmic Syndrome), de forma isolada ou associada a prolapso da valva mitral (PVM).
De mecanismo ainda incerto, acredita-se que a degeneração extensa de ambos os folhetos e/ou fibrose dos músculos papilares sejam as causas dessa relação.
A apresentação clínica mais frequente é a de palpitações taquicárdicas (71%), porém outras formas como pré síncope (41%), síncope (13%) e arritmia ventricular documentada (34%) também fazem parte da chamada Síndrome Arrítmica da Disjunção do Anel Mitral.
A correlação do refluxo mitral e, até mesmo, do prolapso da valva mitral com a disjunção ainda é incerto, sendo provavelmente a disjunção um precursor da doença mitral degenerativa mixomatosa. As áreas de maior distanciamento podem ser zonas de maior fragilidade mecânica, mas nem todos os portadores de disjunção irão evoluir com degeneração do aparato valvar.
Além do ecocardiograma, o holter 24h (pesquisa ativa de arritmia ventricular) e ressonância magnética cardíaca (avaliar fibrose/isquemia) são exames importantes no seguimento destes pacientes.
A seguir, um exemplo de MAD:
Para mais conteúdo como esse, continue acompanhando nosso blog!
Graduado em medicina pela Universidade Potiguar (UnP). Possui residência em Clínica Médica, pelo Hospital Universitário Onofre Lopes – HUOL (UFRN), e em Cardiologia, pelo Procape – UPE. Porta o título de especialista em Cardiologia, pela Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC). E é pós-graduado em Ecocardiografia, pela ECOPE.