Dando continuidade às descobertas e apropriação de estratégias e uso de recursos para Otimizar a Imagem Ecocardiográfica seguimos com nosso quarto post ECOPE.
Retomando o conceito de que tanto a ultrassonografia quanto a ecocardiografia é o resultado da interação do som com os tecidos, gerados pela resposta acústica das estruturas nos diversos meios. Observamos que a localização de cada ponto corresponde à posição anatômica da estrutura que gerou o eco; a direção em que ela se encontra é a do feixe de ultrassom gerado pelo transdutor e sua profundidade é calculada por meio do tempo decorrido entre a emissão do pulso e a leitura do eco.
Vários são os parâmetros que fazem parte da formação da imagem, identificar e entendê-los é muito importante para otimizar as imagens e assim obter diagnósticos mais fidedignos. Nesse post, abordaremos dois desses parâmetros de formação da imagem: Colorização e ZOOM.
Tópicos
1 – Colorização ou Croma: Colorização ou croma,transforma a imagem em tons de cinza padrão para uma exibição com diferentes nuances de cores. O olho humano possui mais receptores para o colorido que o preto e branco, portanto tem uma resolução significativamente maior na visão em cores comparado com o preto e branco. Portanto, faz sentido exibir imagens ecocardiográficas em diferentes nuances de cores para melhor visualização das interfaces tissulares.
Todos os equipamentos modernos, dos diversos fabricantes de aparelhos que são vendidos atualmente, possuem croma para os diversos modos, 2D, M, Doppler pulsátil ou contínuo (Figura 1).
O uso do croma aumenta a capacidade de ver detalhes, por exemplo, no modo M como no modo Doppler espectral (pulsátil ou contínuo) pode facilitar a realização das medidas em pacientes de janelas difíceis, tornando estas mais fidedignas. Porém este uso é uma preferência individual e depende muito da adaptação do usuário a um esquema de cores.
Além da dependência da adaptabilidade ao esquema de cores, outro fato negativo do uso do croma é sua limitação na imagem 2D, pois quando se coloca o Doppler color pode dificultar um pouco a percepção da imagem.
2 – ZOOM –. Este recurso pode ajudar a ampliar uma seção da imagem no monitor para melhorar a vizualização de estruturas pequenas. A maioria dos sistemas de ultrassom possui dois ou até três tipos diferentes de possibilidades de ampliações disponíveis. Todos os equipamentos tem um botão identificado, e normalmente habilita os três tipos diferentes de ZOOM: zoom em tempo real, freezado e HD (alta definição), como demonstrado na figura 2.
A escolha de qual dos três tipos de zoom utilizar, cabe ao usuário e esta deve ser feita considerando a estrutura que se deseja alcançar e as dificuldades de visualização das imagens nas janelas dos pacientes.
2.1 – Zoom em Tempo Real. Permite ampliar toda a imagem em tempo real (RT). Girando o botão do ZOOM com a imagem em tempo real aumentará a imagem como um todo (Figura 3). Este recurso favorece observar alguns movimentos a fim de conseguir detectar anomalias em estruturas móveis.
2.2 – Zoom Freezado – é usado para ampliar toda a imagem da tela, ao contrário do que ocorre com a profundidade que aumenta ao mover a área de interesse para mais perto, este zoom na verdade, faz com que a região de interesse pareça maior.
Tanto o zoom em tempo real, quanto o freezado podem produzir imagens de baixa qualidade, dependendo do tamanho da área ampliada. Na maioria dos equipamentos, ambos os zoom também possuem uma função chamada PAN ZOOM, que desloca a imagem posicionando a regiao de interesse no centro da tela para facilitar a medição ou visualização (Figura 4).
2.3 – ZOOM de alta definição ou HD ZOOM – Esta função permite a ampliação de regiões específicas em tempo real. A imagem passa a ser exibida em tamanho maior dentro de uma região de interesse (ROI).
Quando uma determinada área da imagem é ampliada, os ecos que estão fora da área de interesse (ROI) não serão avaliados e aárea ampliada possuirá alta resolução. Isto ocorre porque os pixels são analisados novamente e não simplesmente aumentados. Como o ROI, região de interesse, é pequeno em comparação com a imagem sem zoom, o frame rate aumenta a resolução temporal diminuindo a densidade de linhas da imagem e, consequentemente melhorando a visualização (Figura 5).
RESUMO
Bacharelado e Licenciatura em Ciências Biológicas, pela Universidade Federal de Pernambuco – UFPE. Pós-graduação: Especialização em Biologia “Latu – Sensu”, pela UFPE e mestrado em Morfologia, no Departamento de Anatomia da UFPE. Docente na rede pública e particular do segundo grau na cidade de Recife, nas áreas de Ciências e Biologia. Professora da disciplina de Citologia, Histologia e Embriologia da UFPE. Experiência de 15 anos na Empresa Philips como Application. Ministra cursos de Otimização para Ultrassonografia, Radiologia, Ecocardiografia e Vascular.