Identificação das veias pulmonares
A correta identificação das veias pulmonares com a ecocardiografia transesofágica pode ser obtida utilizando várias projeções, e existem manobras específicas para esta propósito. Sua identificação é importante quando pesquisamos drenagem venosa anômala, muitas vezes associada com CIA tipo seio venoso e possíveis estenoses ou anomalias dessas veias.
Veias pulmonares esquerdas: a veia pulmonar superior esquerda geralmente é visualizada próxima ao apêndice atrial esquerdo, do qual está separada pelo ligamento de Marshall. O eco 3D ajuda na identificação das estruturas e sua relação espacial (Figura 1).
Com ETE2D podem ser visualizadas pelo corte do esófago médio longitudinal de 2 câmaras, com ângulo do cristal a 90 graus, localiza-se primeiro o apêndice atrial e, girando a empunhadura do transdutor levemente em sentido anti-horário, aparece a veia pulmonar superior esquerda (Figura 2) ou ambas as veias pulmonares (Figura 3).
Manobra para observação da desembocadura das veias pulmonares esquerdas:
Paso 1: obter um corte de esófago médio longitudinal (ângulo do cristal a 120-130 graus) visualizando a valva aórtica e raiz da aorta longitudinal (Figura 4).
Paso 2: girar a empunhadura do transdutor em sentido anti-horário mantendo o ângulo do cristal. A primeira estrutura que aparece é o apêndice atrial (Figura 5).
Depois aparece a desembocadura das veias pulmonares esquerdas, com aspecto de V invertido. A veia pulmonar superior está à direita da imagem (Figura 6).
Manobra para observação da desembocadura das veias pulmonares direitas
Paso 1. Obter um corte de esófago alto, transversal, de forma a visualizar a valva aórtica (Figura 7).
Paso 2. Rodando a empunhadura do transdutor em sentido horário, aparece em primeiro lugar o teto do átrio direito e a veia cava superior e, depois, a desembocadura das veias pulmonares direitas (Figura 8).
Existe outra manobra mais simples para observar a desembocadura da veia pulmonar direita superior, que é a que mais frequentemente apresenta drenagem anômala.
Desde o esófago médio, com o cristal a 90 graus, rodando o transdutor em sentido horário, obtém-se o corte bicaval. Rodando ainda mais em sentido horário, aparece a desembocadura da veia pulmonar superior direita (Figura 9).
Assim, esperamos ter contribuído para aprimorar a técnica da ecocardiografia transesofágica.
É doutor em medicina, especialista em Cardiologia (SBC) e especialista em Ecocardiografia.
Curriculum completo disponível na Plataforma Lattes
(http://lattes.cnpq.br/4922446519082204)
Prof Castilho imagens e explicação da técnica maravilhosos. Muito bom e útil na prática ecocardiografica do ETE.
Muito interesante e útil, tentarei agendar para realizar sopratica em eco transesofágico, obrigado ,abrazo!
Fantástico!!! Obrigada ao Blog Ecope por apresentar sempre assuntos tão importantes de maneira prática!