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Septal Bounce: entendendo o conceito

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O movimento anômalo do septo interventricular conhecido como “septal bounce” e muitas vezes descrito na pericardite constritiva nada mais é que uma movimentação assincrônica em que o septo, inicialmente, se desloca em direção ao ventrículo esquerdo e, logo em seguida, se afasta do mesmo.

Para entendermos como isso acontece, vamos aqui lembrar as 3 fases do tamponamento cardíaco:

Fase I: as pressões de enchimento do ventrículo direito e do ventrículo esquerdo são maiores que as pressões intrapericárdicas, resultando numa pressão elevada para o preenchimento do espaço pericárdico;

Fase II: com o aumento da pressão intrapericárdica, esta torna-se superior à do ventrículo direito, gerando um baixo débito cardíaco;

Fase III: há um progressivo desequilíbrio entre as pressões intracardíacas e intrapericárdicas, com diminuição do fluxo cardíaco acompanhada de repercussão hemodinâmica.

Isto pode acontecer, por exemplo, na pericardite constritiva e no tamponamento cardíaco. Em ambas as situações, o volume cardíaco total é limitado pela pressão intrapericárdica, acentuando, assim, a interdependência entre as câmaras cardíacas.

Com o aumento progressivo das pressões no espaço pericárdico, ocorre que o coração termina sendo forçado a ficar com um volume fixo. Assim, quando o paciente inspira, a pressão intratorácica cai e o retorno venoso para o átrio direito (AD) aumenta. Ou seja, aumenta o volume circulante nas câmaras direitas do coração (AD e VD). Como o coração está com o volume fixo, isto significa que o volume nas câmaras esquerdas diminui. Como isto ocorre? O septo interventricular no momento da inspiração se desloca em direção ao VE, aumentando assim o volume do VD e diminuindo o do VE

É importante que fique claro que a interdependência ventricular ocorre em situações em que o aumento do volume em um dos ventrículos leva à diminuição do volume no ventrículo contralateral.

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