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Nem tudo é prolapso: entendendo o conceito!

Não é incomum recebermos pacientes com diagnóstico prévio de prolapso da valva mitral e, quando realizamos o exame, percebemos que isto não é verdade (acredito que seja uma realidade quase que diária!).

Muitas vezes o prolapso da valva mitral é confundido com outra alteração conhecida como billowingque nada mais é do que a protusão/movimento sistólico posterior de algum segmento do folheto valvar. Para conseguir diferenciar estas duas situações é importante observar, de forma cuidadosa, o plano de coaptação (figura) da valva mitral na janela paraesternal longitudinal.

No prolapso, a coaptação ocorre acima do plano do anel valvar, ou seja, no interior do átrio esquerdo, em pelo menos 2 mm.

Já no billowing, há um deslocamento de algum segmento (scallop) do folheto anterior ou posterior da valva mitral, porém o plano de coaptção ocorre além ou  no mesmo plano do anel valvar. Portanto, todo prolapso tem billowing, contudo nem todo billowing é prolapso!

Uma forma que ajuda a fazer esta avaliação é simplesmente observar se o ponto de coaptação se desloca anteriormente (em direção apical) da mesma forma que o anel da valva mitral o faz.

Anel valvar – amarelo; ponto de coaptação – vermelho. Deslocamento apical normal
Ponto de coaptação (vermelho) não acompanha deslocamento anterior do anel valvar (amarelo)

Aqui temos um exemplo de billowing sem prolapso.

https://blog.escolaecope.com.br/wp-content/uploads/2023/04/Billowing-1.mp4
Retirado da internet: www.prontocardiologia.it

Já neste exemplo temos prolapso propriamente dito:

https://blog.escolaecope.com.br/wp-content/uploads/2023/04/Video-sem-titulo-‐-Feito-com-o-Clipchamp-2.mp4
Retirado da internet: www.prontocardiologia.it

Uma comparação entre as duas situações:

https://blog.escolaecope.com.br/wp-content/uploads/2023/04/Comparacao.mp4
Retirado da internet: www.prontocardiologia.it

E quando estamos diante de um paciente com prolapso da valva mitral, ou até mesmo billowing mitral, precisamos fazer uma avaliação cuidadosa pensando em duas situações: os red flags que se associam à síndrome arrítmica do prolapso da valva mitral e características que possam nos levar a pensar em etiologia degenerativa da valva mitral.

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