Escrito por Dra. Ana Cristina Novaes Primo “Kililiu” e revisado por Dr. José Castillo
Parte II: ventrículo esquerdo (radial, circunferencial e rotação)
Dando continuidade às técnicas de obtenção das imagens para análise do ventrículo esquerdo através do strain cardíaco, abordaremos agora a obtenção dos dados para a análise das deformações circunferencial, radial e de rotação.
Novamente, devemos nos lembrar de algumas regras básicas para a aquisição das imagens, como as mencionadas no post anterior (desativar todos os sistemas de correção automática da imagem, monitorizar paciente com ECG e não alterar parâmetros do transdutor entre os cortes).
Para a análise dos Strains circunferencial e radial e cálculo da rotação do ventrículo esquerdo, precisamos adquirir imagens do eixo curto da cavidade, em suas 3 porções (basal, medial e apical).
Devemos ficar atentos para que os cortes sejam perpendiculares ao eixo longo da cavidade, movendo o transdutor através dos espaços intercostais para adquirir imagens circulares das três regiões.
A seguir, demarcamos a borda endocárdica e podemos ajustar a espessura da zona de análise, em conformidade com as paredes miocárdicas.
Como descrito no post anterior, o strain circunferencial mede a variação da circunferência das cavidades, durante o ciclo cardíaco. Desta forma, já que, na sístole, a cavidade ventricular reduz seu tamanho, obteremos um traçado abaixo da linha de base no gráfico (negativo).
O strain radial, por sua vez, mede a variação da espessura das paredes. Portanto, na sístole, como as paredes aumentam de espessura, a curva gráfica representativa descreve um traçado acima da linha de base (positivo).
E a rotação? Como sabemos, o ventrículo esquerdo se contrai em forma de torção (como fazemos quando queremos tirar o excesso de água de uma toalha molhada, por exemplo). Desta forma, o miocárdio consegue uma efetividade maior no débito cardíaco, com menor gasto de energia. A porção basal do ventrículo esquerdo se desloca em sentido horário e a apical, em sentido anti-horário.
Graficamente, observamos que a porção basal do VE descreve um traçado abaixo da linha de base e a porção apical, um traçado positivo. A soma algébrica dos valores absolutos obtidos na rotação das duas porções em questão nos dá o valor do twist ou torção miocárdica.
Preparados para as aplicações clínicas do strain do ventrículo esquerdo? Fiquem ligados nos próximos posts!
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