Por Carlos Mazzarolo
O ecocardiograma tem papel fundamental na avaliação da
estenose aórtica (EAo), pois além de avaliar dados anatômicos e
funcionais, pode fornecer dados prognósticos e de evolução dessa
valvopatia.
No ecocardiograma devemos levar em conta o aspecto da valva,
grau de calcificação e mobilidade dos folhetos, e gradação da estenose.
Também deve ser avaliado grau de hipertrofia ventricular, função
sistólica e diastólica do VE, tamanho do AE e se há hipertensão
pulmonar.
Além disso, se há alguma outra doença valvar associada. A
pressão arterial sistêmica sempre deve ser avaliada no momento da
ecocardiografia.
Quanto à etiologia da EAo podemos classificá-la como: congênita
(lesão única, valva Ao bicúspide, mais frequente em jovens);
degenerativa ou senil (fibrocalcificação das cúspides, mais frequente em
idosos, associada à HAS, DM e DAC); e reumática (acometendo bordos
dos folhetos, fusão de comissuras, pouca calcificação, associada a IAo e
acometimento em conjunto com a valva mitra).
Na EAo senil temos maior calcificação das cúspides, sem fusão das
comissuras, resultando em um orifício sistólico em formato de estrela.
Já no acometimento reumático, temos espessamento e calcificação mais
proeminentes nas bordas das cúspides, resultando na fusão das
comissuras e um orifício sistólico em formato triangular.
Graduação da EAo:
– Diâmetro (D) da VSVE (2 mm antes da inserção das cúspides da VAo,
paraesternal eixo longo, na mesossístole)
– VTI VSVE (doppler pulsátil com amostra logo antes da VAo, apical 5
câmaras, o mais paralelo possível com cursor)
– VTI VAo, Velocidade máxima e Gradiente médio (doppler contínuo no
apical 5 câmaras, com o fluxo visto após VAo o mais paralelo possível
com cursor).
– Área VAo = D vsve² x 0,785 x VTI vsve /VTI VAo (Equação continuidade).
– Área VAo por planimetria obtida no paraesternal eixo curto.
– Índice de velocidade= VTI vsve /VTI VAo (se menor que 0,25 = EAo
grave – alta sensibilidade e baixa especificidade)
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