Seguimos com o sexto post ECOPE sobre Dicas para Otimizar a Imagem Ecocardiográfica. Falaremos nesse post sobre um tema de suma importância para Ecocardiografia, que são as Harmônicas.
Tópicos
Harmônicas
Os tecidos, quando insonados por um feixe de ultrassom, geram vibrações na frequência que recebem (fundamentais) e em várias outras frequências múltiplas da primeira que são as harmônicas. A segunda harmônica tem o dobro da frequência fundamental, apresentando, portanto, melhor resolução longitudinal. Com a emissão do ultrassom em baixa frequência, ganha-se penetração e ganha-se resolução com a segunda harmônica recebida em frequência dobrada.
Existem três tipos de harmônicas utilizadas na ecocardiografia: Harmônica tecidual (dobro da fundamental), Harmônica de pulso invertido tecidual e Harmônica de pulso invertido de contraste.
Harmônica tecidual
As harmônicas teciduais tem base na propriedade de que os tecidos produzem sinais acústicos de baixa intensidade quando estimulados por um feixe de ultrassom. Estes sinais de baixa amplitude se chamam harmônicas, porque se produzem em uma faixa de frequências múltiplas dos sinais fundamentais.
O perfil de feixe de US consiste em um forte lóbulo central e lóbulos laterais mais fracos. As frequências harmônicas produzidas pelos lóbulos laterais possuem menos energia que o feixe central. Resultado: menos artefatos causados por lóbulos laterais no modo de segunda harmônica. Um exemplo de configuração padrão de segunda harmônica é 1,7 (frequência de emissão) – 3,4 MHz (frequência de recepção).
Harmônica de pulso invertido
É um tipo diferente de harmônica, mais pura, mais fina e mais contrastada. O equipamento emite um pulso, recebe o eco na frequência fundamental e harmônica e os armazena na memória. Emite um segundo pulso com a fundamental com fase invertida, recebe a fundamental e harmônica e soma algebricamente com o pulso armazenado. Como as fundamentais estão com as fases invertidas, se anulam e as harmônicas, na mesma fase, se reforçam. Isto pode provocar perda de frame rate, pois são necessários dois pulsos para obter o resultado.
Harmônica de pulso invertido de contraste
Usa o mesmo princípio da harmônica de pulso invertido, a diferença consiste em que a frequência recebida é 1,5 vezes da fundamental, visto que o contraste ecocardiográfico apesenta melhor ressonância com essa frequência.
Na ultrassonografia o uso das harmônicas é de suma importância na maioria dos exames, pois melhora a interface entre líquido e tecido. Na ecocardiografia melhora a visualização das bordas do endocárdio eliminando os ruídos e tornando a imagem com mais informação do tecido, ou seja, mais nítida. Em algumas ocasiões, aumenta o brilho das estruturas muito finas, como os folhetos valvares. Por esse motivo, quando se pesquisa acometimento reumático incipiente na valva mitral é aconselhável desligar a harmônica.
Bacharelado e Licenciatura em Ciências Biológicas, pela Universidade Federal de Pernambuco – UFPE. Pós-graduação: Especialização em Biologia “Latu – Sensu”, pela UFPE e mestrado em Morfologia, no Departamento de Anatomia da UFPE. Docente na rede pública e particular do segundo grau na cidade de Recife, nas áreas de Ciências e Biologia. Professora da disciplina de Citologia, Histologia e Embriologia da UFPE. Experiência de 15 anos na Empresa Philips como Application. Ministra cursos de Otimização para Ultrassonografia, Radiologia, Ecocardiografia e Vascular.