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Aplicações práticas do strain no ventrículo esquerdo

Como vimos nos posts anteriores, o strain cardíaco nos ajuda a avaliar a função miocárdica nos 3 eixos cartesianos:

Eixos ventriculares

Agora vamos abordar as principais aplicações práticas do strain, começando pelo strain longitudinal.

Em relação à fração de ejeção (FE) o strain longitudinal é mais sensível na detecção de alterações da função miocárdica (podendo nos mostrar alterações subclínicas e até nos ajudar a reclassificar a função sistólica do paciente [imagem a seguir]), é menos dependente do ângulo de insonação e é capaz de detectar alterações de contratilidade segmentar (ajudando na classificação prognóstica de arritmias e na estratificação do paciente com dor torácica, por exemplo), entre outras vantagens. 

As aplicações mais comuns, portanto, envolvem as seguintes situações, principalmente em suas fases compensadas (quando não houve ainda alteração na fração de ejeção, mas já houve comprometimento subendocárdico):

E você sabia que vários trabalhos já foram publicados demonstrando a aplicabilidade do strain longitudinal global para avaliar? Temos exemplos como:

Global Longitudinal Strain to Predict Mortality in Patients With Acute Heart Failure | JACC: Journal of the American College of Cardiology

Left Ventricular Global Longitudinal Strain (GLS) Is a Superior Predictor of All-Cause and Cardiovascular Mortality When Compared to Ejection Fraction in Advanced Chronic Kidney Disease

Usefulness of Global Left Ventricular Longitudinal Strain for Risk Stratification in Low Ejection Fraction, Low-Gradient Aortic Stenosis | Circulation: Cardiovascular Imaging

GLOBAL LONGITUDINAL STRAIN AT PRESENTATION IS PROGNOSTIC OF SUBSEQUENT LEFT VENTRICULAR RECOVERY IN PATIENTS WITH PERIPARTUM CARDIOMYOPATHY | JACC: Journal of the American College of Cardiology

Um mundo de possibilidades, não é? Mas vamos falar só mais um pouquinho, sobre os strains circunferencial e radial…

O strain circunferencial é aquele que avalia a diminuição da cavidade na sístole e se altera nas patologias que envolvem as camadas médias e externas das paredes (transmurais), portanto, aquelas com maior tempo de evolução e/ou mais graves, como infartos transmurais e miocardiopatias e valvopatias descompensadas. 

Por último, o strain radial avalia o espessamento das paredes na sístole. Através da comparação entre paredes opostas, podemos avaliar o grau de sincronismo cardíaco e obtermos as regiões com maior dificuldade na condução dos estímulos elétricos, sendo útil na escolha dos locais para implante de eletrodos de ressincronizadores, por exemplo. 

Strain radial para avaliação de sincronismo cardíaco

Muito conhecimento teórico até aqui, não é? Prepare-se para os próximos posts. Vamos divulgar casos clínicos reais que vão te ajudar a sedimentar melhor todo o conteúdo. Até breve!

Para mais conteúdo como esse, acompanhe nosso blog.

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